Com o passar das horas, os dois facionados do Comando Vermelho (CV) que protagonizaram a fuga histórica de uma unidade prisional federal começam a sentir a escassez de recursos, principalmente de alimentos. Só restariam algumas fatias de pão de forma e pouca água, segundo a coluna Na Mira apurou.
Após conseguirem escapar de celas onde presos federais cumprem o temido Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson “Tatu” Cabral Nascimento, 33, desapareceram em uma área de mata fechada. Depois de furtarem pertences de casas em uma área rural, eles foram vistos carregando mochilas e calçando tênis.
A região é a mesma onde a polícia encontrou vestígios de pegadas, roupas, toalhas e um lençol. As peças teriam sido furtadas da residência, que fica perto da penitenciária. O policiamento no local foi reforçado, e as buscas passam de 60 horas.
Na manhã desta quinta-feira (15/2), a Polícia Federal (PF) enviou a Mossoró (RN) – onde fica a penitenciária da qual a dupla fugiu – diversos drones, cães farejadores e helicópteros para as buscas. Mais de 300 policiais estão envolvidos na procura.
Aparato
Os drones, que têm tecnologia avançada e contam com câmera de infravermelho, seguiram em um helicóptero da corporação. Por determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a pasta criou uma força-tarefa com integrantes da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para participar das buscas.
As forças policiais do Rio Grande do Norte também estão mobilizadas, e as equipes acreditam que Rogério e Tatu não avançaram muito, devido ao cerco montado para achá-los.
Intervenção
A fuga inédita levou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) a adotar providências. Ainda na noite de quarta-feira (14/2), o ministro Ricardo Lewandowski determinou o afastamento imediato da atual direção da penitenciária potiguar.
Lewandowski nomeou o policial penal federal Carlos Luis Vieira Pires como interventor no presídio, para assumir o comando da unidade. Vieira Pires embarcou para o local, na tarde de quarta, com o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia.
A Penitenciária Federal de Mossoró foi inaugurada em julho de 2009 e fica em uma área rural no Rio Grande do Norte. Atualmente, 68 presos estão na unidade.
Rogério e Tatu foram transferidos ao presídio de Mossoró em setembro de 2023. Ambos cumpriam pena no Complexo Penitenciário de Rio Branco (AC) e participaram de uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves que deixou cinco detentos mortos – entre eles, alguns decapitados –, em julho de 2023.
Ligados ao Comando Vermelho, Deibson e Rogério estavam “diretamente envolvidos” com a rebelião, segundo o governo local.
