Durante visita a Cáceres para a inauguração da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), nesta sexta-feira (24), o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, tratou de temas estratégicos para Mato Grosso e para o país. Em entrevista, ele falou sobre a reforma tributária, logística via Hidrovia Paraguai-Paraná, criminalidade na fronteira, educação tecnológica e os desafios do modelo assistencialista no Brasil.
Reforma tributária e exportações
Alckmin defendeu a reforma tributária, afirmando que ela não trará prejuízos aos estados produtores, como Mato Grosso. Segundo ele, a mudança substituirá cinco tributos por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, com transição gradual até 2032.
“A reforma simplifica, reduz custos e acaba com o manicômio tributário. Estudos mostram que, em 15 anos, ela pode aumentar o PIB em 12% e as exportações em 17%”, afirmou.
Ele também reforçou que a ZPE é um instrumento fundamental para fortalecer a exportação, gerar empregos e agregar valor à produção agropecuária.
Hidrovia Paraguai-Paraná
Sobre a logística de escoamento, Alckmin afirmou que a hidrovia Paraguai-Paraná é essencial para reduzir custos e integrar modais de transporte. Disse que o trecho entre Cáceres e Corumbá precisa de investimentos para desassoreamento e melhoria do calado, e que o tema será levado ao Ministério de Portos e Aeroportos.
Segurança nas fronteiras
Questionado sobre o aumento do crime organizado na fronteira, o presidente em exercício afirmou que o governo federal deve fortalecer o programa de combate ao tráfico e às ilegalidades.
“O Brasil tem uma enorme fronteira seca e precisa de presença mais forte do Estado. Há previsão de investimento de R$ 30 bilhões em tecnologia e estrutura para as Forças Armadas nos próximos anos, com prioridade para a fronteira”, destacou.

Educação tecnológica
Alckmin também falou sobre a formação de profissionais diante das oportunidades geradas pela ZPE. Ele defendeu o fortalecimento do ensino técnico e tecnológico, em parceria com os Institutos Federais.
“Não adianta abrir curso que não gera emprego. A formação tem que estar ligada ao mercado de trabalho. Onde houver demanda, o governo está pronto para ajudar a abrir novos cursos”, disse.
Assistencialismo e emprego
Sobre críticas de que parte da população não quer trabalhar por receber benefícios sociais, Alckmin afirmou que o governo já flexibilizou as regras para quem recebe Bolsa Família e deseja ter emprego formal.
“Hoje, quem está no Cadastro Único pode trabalhar e manter parte do auxílio. A ideia é estimular o emprego com carteira assinada e garantir direitos”, pontuou.
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