A americana FMC anunciou que o brasileiro Ronaldo Pereira deixará o cargo de presidente da empresa em 15 de dezembro. A decisão foi tomada de comum acordo entre Pereira e Pierre Brondeau, presidente do conselho e diretor-presidente (CEO) da companhia, segundo nota da companhia.
Saiba-mais taboola
De acordo com comunicado divulgado pela FMC, Pereira continuará atuando em função consultiva até a data de sua saída, com o objetivo de assegurar uma transição de responsabilidades sem interrupções.
Pierre Brondeau destacou, em nota, a contribuição de Pereira ao longo de sua trajetória na empresa. Segundo ele, o executivo teve papel relevante na expansão dos negócios da FMC na América do Norte e no fortalecimento do relacionamento com produtores agrícolas na América Latina.
Ronaldo Pereira atua na FMC há 28 anos, período em que ocupou diferentes cargos de liderança na área de proteção de cultivos. Até o momento, a companhia não informou quem assumirá a presidência após sua saída.
Balanço
A multinacional americana FMC encerrou o terceiro trimestre do ano, em 30 de setembro, com prejuízo líquido de US$ 568,6 milhões. No mesmo período do ano passado, a companhia havia registrado lucro líquido de US$ 65 milhões.
A receita no trimestre foi de US$ 542,2 milhões, uma queda de 49% em relação aos US$ 1 bilhão registrados em 2024. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de US$ 236 milhões, alta de 17% na comparação com o terceiro trimestre de 2024.
O prejuízo líquido consolidado foi de US$ 4,52 por ação diluída, uma redução de US$ 5,04 em relação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo a companhia, os resultados foram “impactados por ações comerciais pontuais significativas na Índia para posicionar o negócio para venda (…) e refletir seu valor justo”. A FMC informou que o processo de venda do negócio comercial no país “está progredindo bem, com forte interesse”.
A companhia também destacou que a menor receita do trimestre, excluindo a Índia, foi influenciada por uma queda de 6% nos preços, metade atribuída a ajustes de preço em contratos específicos de diamida e metade a maior pressão competitiva no mercado.
O volume total da empresa aumentou 2%, impulsionado pelo portfólio de crescimento, enquanto o portfólio principal apresentou menor volume devido à maior concorrência para produtos que não pertencem à categoria de diamida. A variação cambial teve efeito positivo de 1%.
Nas vendas da América Latina, a receita caiu 8% em relação ao ano anterior e 9% excluindo efeitos cambiais. A empresa afirmou que a pressão de genéricos levou à redução de preços e volumes, e que a baixa liquidez dos clientes no Brasil e na Argentina impôs restrições de crédito que afetaram o crescimento.
Em função dos resultados, a FMC ajustou suas projeções para o ano de 2025, com uma receita prevista entre US$ 3,92 bilhões e US$ 4,02 bilhões, queda de 7% no ponto médio em relação a 2024.
Já o Ebitda ajustado está estimado entre US$ 830 milhões e US$ 870 milhões, declínio de 6% no ponto médio em relação ao ano anterior. Lucro ajustado por ação diluída é esperado entre US$ 2,92 e US$ 3,14, queda de 13% no ponto médio em relação a 2024.
A projeção da FMC de fluxo de caixa livre é entre US$ 200 milhões negativos e US$ 0, redução de US$ 714 milhões no ponto médio em relação ao ano anterior. Já os dividendos trimestrais devem ser reduzidos para US$ 0,08 por ação, com prioridade na redução da dívida.
