Seja Bem Vindo - 03/11/2025 05:45

Alunos da UFGD desenvolvem estufa agrícola sustentável

O Projeto “Sistemas construtivos mais sustentáveis: implementação de estufas agrícolas” coordenado pelo professor Christian Souza Barboza, da Faculdade de Engenharia de UFGD (Universidade Federal Grande Dourados) junto aos acadêmicos da graduação, une inovação tecnológica e saberes tradicionais. Iniciativa busca reduzir custos e valorizar as práticas produtivas sustentáveis em Mato Grosso do Sul.

Estufa agrícola desenvolvida por acadêmicos da UFGD. (Foto: Maria Luiza Martins)

As estruturas elaboradas à base de materiais de baixo impacto ambiental e alta durabilidade, são destinadas prioritariamente à agricultura familiar e a comunidades em situação de vulnerabilidade socioambiental.

Ao todo, quatro comunidades sul-mato-grossenses foram beneficiadas pela construção da estufa. Sendo elas:

  • Aldeia Bororó (Dourados)
  • Quilombo Desidério Felipe de Oliveira (Dourados)
  • Aldeia Cachoeirinha (Miranda)
  • Assentamento Geraldo Garcia (Sidrolândia).

Em entrevista ao Portal Primeira Página, o professor afirmou que o projeto surgiu para atender os menores produtores que relataram ter dificuldades em ter um ambiente protegido para o cultivo de mudas em boas condições.

“A produção de mudas é bastante sensível. As estruturas tradicionais já não estão aguentando as cargas de vento, precipitação de chuva e variações climáticas, então a escolha por esse modelo também vem disso”, explicou Barboza.

Estrutura do projeto

As estufas geodésicas são construídas em três partes: a fundação, a superestrutura e a cobertura. Os materiais utilizados no projeto foram escolhidos devido sua elevada durabilidade, baixo custo, facilidade de manutenção e transporte.

Ele cita que “por ser levem a estrutura é fácil de transportar e de simples manutenção. E se algum elemento desse tiver algum tipo de problema, é muito simples a troca, tira uma barra e coloca outra. Com uma duas caminhonetes é possível transportar toda a estrutura. E isso facilita para o transporte à comunidades remotas onde um caminhão, por exemplo, não chegaria”.

Segundo Barboza o custo médio por estufa é de R$ 7.500 a R$ 10.000.

“Se a gente for analisar o custo por metro quadrado, a nossa estufa, desenvolvida aqui na UFGD, ela tem um custo de 10 vezes a menos, que uma estufa comercial, então assim, também foi um ponto que circundou a nossa história”, explicou o professor.

Estufa agrícola sendo construida
Projeto une saberes tradicionais à inovações tecnológicas. (Foto: Maria Luiza Martins)

A fundação responsável por sustentar toda a estrutura é fabricada à base de concreto incorporado com garrafas pet recicladas. A superestrutura, conhecida como domo, é elaborada com elementos metálicos leves e zincados.

Já a cobertura feita com sombrite ou lonas translúcidas aproveitam a iluminação natural e auxiliam no controle térmico e de umidade. A escolha entre elas leva em consideração o clima do local onde será instalada a estufa, nas regiões com frio extremo é colocada a lona, já nas muito quentes, o sombrite.

“Nós colocamos também um elemento chamado porta sombrite ou porta lona na estufa, então é fácil trocar um pelo outro de acordo com a necessidade”, acrescentou Barboza.

Outro fator importante agregado ao modelo de estufa é a proteção de culturas orgânicas, evitando a contaminação cruzada por defensivos agrícolas utilizados em propriedades próximas.

Perspectivas de expansão

O modelo desenvolvido pelos acadêmicos de engenharia inicialmente direcionado a pequenos cultivos de hortaliças, plantas medicinais e tradicionais, também há perspectiva de ser replicado aos médios produtores e hortas urbanas.

“A gente já tem projeto para construir ele maior, trabalhamos com um projeto de 6×12 e expansível à culturas de média produtividade. As aplicações são diversas, tanto para a produção de hortaliças, como também para a produção de borboletário e tanques para agricultura”, ressaltou o coordenador da pesquisa.

Protótipo tecnológico da estufa agrícola
Protótipo tecnológico da estufa agrícola. (Foto: Maria Luiza Martins)

A equipe é formada pelo professor Domingos Jorge Ferreira da Silva e pelos estudantes Lucas Boa Sorte Portugal Porangaba, ⁠João Gabriel de Matos Pinheiro, ⁠Ana Beatriz do Canto Romero, Maria Luiza Martins Lopes, ⁠Beatriz Mendes Moreira, Ana Clara Teodoro Ostemberg, Débora Camargo Cordeiro, ⁠Geovani Cezar dos Santos de Sá, Ary Rufino da Silva Junior, Yasmin Nascimento Silva, Gabriel Borges da Silva, Maria Eduarda Viana de Oliveira, Silvio Rodrigues da Silva Neto, Danrvyley Christian Monteiro dos Santos e Felipe Almeida Cardoso, sob orientação do professor Christian Souza Barboza.

Outras informações sobre o projeto podem ser acessadas diretamente no perfil oficial do projeto: https://www.instagram.com/projetoestruturar.ufgd/

Festival Iguassu Inova

Durante o Festival Iguassu Inova, em Foz do Iguaçu (PR), em outubro, a equipe do projeto “Sistemas construtivos mais sustentáveis: implementação de estufas agrícolas” foi destaque entre os inscritos e escolhido pela equipe avaliadora da Itaipu Parquetec para representar Mato Grosso do Sul na cerimônia de encerramento do programa.

Equipe integrante do projeto durante Festival Iguassu Inova.
Equipe integrante do projeto durante Festival Iguassu Inova. (Foto: Maria Luiza Martins)

A seleção reconheceu também a relevância do tema, da inovação tecnológica, da diversidade cultural, da abrangência territorial e da vinculação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O evento dedicado à inovação, ciência, tecnologia, turismo e economia criativa, reuniu participantes de todo o país e da América Latina. A programação incluiu atividades do Latinoware, Ficiências, Summit Tour, Itaipu Parquetec e Sapiens, celebrando a criatividade e o conhecimento em múltiplas áreas.



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