O produtor rural Laurenci Antônio Farias, de 60 anos, foi condenado a 12 anos de reclusão pelo feminicídio da esposa, Domingas de Jesus Amorim Faria, de 56 anos, a tiros, em Alcinópolis. O crime ocorreu em 19 de novembro de 2023, na fazenda da família.
Durante o julgamento, realizado em Coxim, ele também recebeu mais um ano de detenção pela posse irregular da arma usada no crime. Foram mais de 15 horas de julgamento.
Laurenci, entretanto, não vai para a prisão. O fazendeiro já cumpria prisão domiciliar antes de ser levado a julgamento. Em agosto, chegou a ser preso, mas o juiz Bruno Palhano Gonçalves, que presidiu o júri, decidiu manter a prisão domiciliar até a decisão final do Tribunal de Justiça.
Crime e fuga
Laurenci matou a esposa depois que a vítima pediu a separação. Eles estavam juntos há mais de 30 anos.
Foram dois tiros: um próximo à orelha e outro no pescoço da vítima. Em seguida, ele ligou para o filho e disse ter cometido uma “besteira” antes de fugir. Foi o próprio filho quem encontrou a mãe morta.
Na residência, além da arma de fogo utilizada pelo suspeito, foram apreendidas outras treze armas longas, dois revólveres, duas caixas de chumbo, dezoito munições calibre 38 e trinta munições calibre 22. Dois dias após o crime, ele se entregou à polícia.
O julgamento teve início às 9h21 e se estendeu até a madrugada de sexta-feira (31), com encerramento por volta de 0h35, após um dia inteiro de sessão no Tribunal do Júri de Coxim. Durante o julgamento, foram ouvidas sete testemunhas, entre acusação e defesa.
O Conselho de Sentença acatou todas as teses do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Na sentença, o juiz Bruno Palhano Gonçalves destacou que o fazendeiro agiu de forma “fria, consciente e desproporcional” contra a esposa, em um ato de violência doméstica que não deixou à vítima qualquer chance de defesa.