Durante a divulgação da segunda estimativa para a safra de grãos 2025/2026, a A Conab (Companhia Nacional Abastecimento) anunciou que espera um crescimento expressivo nas exportações do país, com um volume estimado em 112,1 milhões de toneladas, o que representa 5,11% a mais em relação à safra anterior.
Os técnicos avaliam que a redução nas exportações dos Estados Unidos, o aumento da demanda global e a expectativa de uma maior produção brasileira ajudarão o país a atingir esse cenário.
Outro prognóstico positivo para o grão é a expectativa de elevação na mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, adicionalmente com a crescente demanda por proteína vegetal, sugerindo que o volume de soja destinado ao esmagamento atinja 59,37 milhões de toneladas em 2026. Esse volume representa um aumento de 1,37% em comparação ao ano anterior.
O levantamento da Conab indica incremento de 3,6% na área a ser semeada em 2025/26, totalizando 49,1 milhões de hectares, com produção estimada em 177,6 milhões de toneladas, dentro da média dos últimos 5 anos, apesar do atraso em Goiás e Minas Gerais.
Em Mato Grosso, o plantio segue em ritmo semelhante ao registrado na última safra. Porém, com a instabilidade climática registrada em outubro, a implantação da cultura não foi feita nas condições consideradas ideais. Leia mais aqui.
Grãos
Somando todos os grãos, a Conab estima para a safra 2025/26 um volume de produção de 354,8 milhões de toneladas, 1,3 % maior que o resultado final da série passada, quando o Brasil colheu 350,2 milhões de toneladas.
Em relação à área cultivada, o aumento é de 3,3%, saltando para 84,4 milhões de hectares. A projeção é de colheita de 4.203 quilos de grãos por hectare.
A confirmação dos números, no entanto, está sujeita às condições de clima das regiões produtoras. A Conab destaque eventos climáticos adversos como o ocorrido no Paraná, a irregularidade das chuvas em Mato Grosso e o atraso das precipitações em Goiás.
Milho
No caso do milho, a primeira safra deve crescer 7,1% com produção prevista de 25,9 milhões de toneladas. Apesar disso, a soma das três safras 2025/26, deve ter uma redução de 1,6% em relação à anterior. A estimativa é de 138,8 milhões de toneladas.
Baixas temperaturas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul retardaram a emergência e o desenvolvimento inicial da cultura, mas, segundo análise da Conab, sem interferir no potencial produtivo. O Paraná também sofreu com fortes chuvas, ventos e granizos ocorridos no início de novembro. Os possíveis impactos decorrentes desses eventos meteorológicos ainda estão sendo avaliados pela Conab.

Cerca de 94,6 milhões de toneladas de milho deverão ser consumidos internamente na safra 2025/26, ou seja, um aumento de 4,5% comparativamente ao ciclo anterior, impulsionado principalmente pela maior demanda do cereal para produção de etanol.
As exportações também devem avançar e podem chegar a 46,5 milhões de toneladas, apoiadas na manutenção do bom excedente produtivo. Mesmo com estes incrementos, a perspectiva é de que os estoques de passagem ao final da safra 2025/26 permaneçam próximos da estabilidade.
Arroz
Em decorrência de redução da área plantada, a estimativa da Conab para a atual safra é de 11,3 milhões de toneladas, queda de 11,5% em relação à safra anterior. Apesar de alguma irregularidade em chuvas no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do grão, as lavouras têm se desenvolvido de forma satisfatória, segundo os técnicos da companhia.
Feijão
3.1 milhões de toneladas são esperadas, quantidade semelhante a do período anterior. A primeira safra deve apresentar redução de 7,3% na área plantada, totalizando 841,9 mil hectares, com expectativa de produção de 977,9 mil toneladas, 8% inferior à safra passada. O plantio segue em andamento nos principais estados produtores, já concluído em São Paulo, Paraná com 91% e Minas Gerais com 44%.
Trigo
Dentre as culturas de inverno, a safra 2025 ainda está em fase de colheita. A produção de trigo, principal produto semeado entre as culturas de inverno, está estimada em 7,7 milhões de toneladas. De modo geral, observa-se que, nas principais regiões produtoras, as condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento da cultura.

Entretanto, a redução dos investimentos em insumos, especialmente fertilizantes e defensivos, tornou as lavouras mais suscetíveis a doenças e limitou o pleno aproveitamento do potencial produtivo, resultando em espigas menores e com menor número de grãos.
Vale destacar que no Paraná, as chuvas intensas, registradas no início de novembro, podem influenciar as lavouras que ainda permanecem em campo.
As informações do 2º Levantamento da Safra de Grãos 2025/2026 pode ser acessada aqui.