A vida selvagem do Pantanal não dá intervalo. Enquanto embarcações circulam pelos rios à procura de onças, outras histórias acontecem diante dos olhos de quem sabe observar. Foi o caso registrado pelo fotógrafo Tomas Thibaud, que flagrou o momento exato em que um biguá tentou engolir um peixe cascudo, conhecido pela carapaça dura e espinhos que funcionam como uma verdadeira armadura natural.
O cenário é clássico do Pantanal. A água morna, a luz dourada, o silêncio de quem espera por um jaguar aparecer na margem e, de repente, um movimento brusco. O biguá rompe a superfície segurando o peixe, que se debate tentando escapar. O impacto visual impressiona porque não é uma presa simples. O cascudo é um dos peixes mais difíceis de serem engolidos por aves, justamente por causa do corpo rígido e das escamas afiadas que podem ferir o predador.
Segundo o fotógrafo, esse tipo de “paralelo da natureza” é comum nas longas horas de espera por uma onça. O Pantanal nunca oferece apenas um espetáculo por vez. Em um mesmo instante, várias situações acontecem em diferentes pontos do rio, e escolher o que registrar vira quase uma disputa de protagonismo.

Nesta cena específica, o biguá trava uma luta rápida, mas intensa, até finalmente conseguir virar o peixe na posição ideal e engolir sua refeição inteira. É a sobrevivência acontecendo no ritmo do bioma mais selvagem do Brasil, onde cada movimento conta uma história.
O registro reforça a ideia de que o Pantanal é um espaço de abundância e imprevisibilidade. Mesmo quando o objetivo principal é encontrar onças, a natureza faz questão de mostrar que existem muitos outros personagens em ação, do topo ao fundo da cadeia alimentar.
Quem acompanha expedições fotográficas pela região sabe bem disso. Os guias lembram que, durante a busca por jaguares, cenas paralelas podem ser tão interessantes quanto o grande felino. Às vezes é um jacaré disputando espaço, outras vezes é um tuiuiú roubando peixe, e em muitos dias é um biguá protagonizando batalhas como esta.
As expedições para 2026 já estão sendo reservadas e incluem semanas de aventura em maio, junho, outubro e início de novembro, épocas em que a fauna costuma apresentar comportamentos ainda mais ativos. Para quem deseja ver a natureza acontecendo diante dos olhos, cada saída para o rio se transforma em um capítulo diferente da mesma história.
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