O consultor em commodities Ismael Menezes, em entrevista ao podcast Agro de Primeira MT, disse que a falta de divulgação de informações sobre o mercado de soja dos Estados Unidos transformou o mercado num “vôo cego”.
“O preço da soja é definido por paridade com a exportação. O fiel da balança será os Estados Unidos”, diz.
Os norte-americanos fizeram um acordo com a China para a venda de 12 milhões de toneladas do grão. Isso levou a um movimento de alta que, segundo o consultor, causou estranheza.
“O departamento de agricultura dos Estados Unidos não vem divulgando os relatórios sobre a safra de soja, então, estamos no voo cego. O que sabemos é que os norte-americanos colheram 90% da safra e o que as exportações para a China estão 10, 12 milhões abaixo do ano anterior. Se vão comprar 12 milhões agora, isso seria um zero a zero, não há justificativa para a alta, pelo contrário, deveria ser um movimento de baixa”, analisa.
Cautela com a soja
Por isso, ele prega cautela. E completa.
“O mercado está num movimento de alta sob a percepção da bolsa de Chicago nos últimos dias, mas os prêmios de exportação vêm caindo. Se o clima for favorável, se tivermos o retorno das publicações semanais pelo departamento de agricultura dos Estados Unidos, talvez o mercado possa olhar e ver um potencial muito grande na América do Sul. O Brasil pode ter uma safra acima de 180 milhões de toneladas. Como a China não está comprando de forma tão acentuada, isso pode vir ao mercado e influenciar o preço. Por isso, faça gestão de risco e aproveita movimentos de alta”, finaliza.
Veja a íntegra do podcast com a análise de Ismael Menezes sobre o mercado de commodities aqui.