Apesar dos avanços recentes em pavimentação e duplicação de rodovias, Mato Grosso ainda enfrenta grandes desafios logísticos para o escoamento da produção agrícola. A avaliação é da economista e diretora executiva do Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC), Vanessa Gash, em entrevista ao podcast Agro de Primeira, do Portal Primeira Página.
Segundo ela, nos últimos seis anos o estado conseguiu pavimentar cerca de 6 mil quilômetros de rodovias, mas ainda há mais de 30 mil quilômetros a serem asfaltados. “Nosso modal é majoritariamente rodoviário, então é fundamental melhorar tanto as estradas que ainda não são pavimentadas quanto duplicar as que já existem”, destacou. Assista o trecho a seguir:
Além de otimizar a logística, melhorar as estradas trazem mais segurança aos motoristas. Um exemplo citado pela economista é a BR-163, que após anos de obras e transferências de responsabilidade, finalmente teve avanços significativos. “A duplicação dessa rodovia já trouxe alívio para os produtores da região, reduzindo o tempo de transporte e os riscos de acidentes”, afirmou.
Diversificação de modais
Além da ampliação da malha rodoviária, Vanessa defende a diversificação dos modais logísticos, com investimentos em ferrovias e, futuramente, em hidrovias. Ela destaca que esse é um passo essencial para tornar o estado mais competitivo no cenário global.
As obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) estão avançando e já atingiram 22%. A ferrovia deve ligar a Ferrovia Norte-Sul, em Goiás, à Ferrovia de Integração Oeste-Leste, na Bahia, criando uma rota transversal de transporte de cargas entre o Centro-Oeste e o litoral brasileiro que vai beneficiar a logística de Mato Grosso.
Já o projeto da Ferrogrão, que interligará a BR-163 ao Porto de Miritituba no Pará, ainda está com votação suspensa no Supremo Tribunal Federal (STF). Parte da ferrovia deve passar por reserva ambiental, por isso, ainda há o debate sobre os impactos da obra e sua legalidade.
Já sobre as hidrovias, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), de janeiro a julho deste ano, os portos hidroviários da Amazônia, movimentaram vinte milhões de toneladas. Hoje, o Arco Norte já responde por 35% das exportações de soja e 46% de milho, apesar de ainda perderem espaço para as rodovias que representam 65% do escoamento.
Assista a seguir, o episódio na íntegra:
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