O Imac (Instituto Mato-Grossense da Carne) e o Instituto PCI (Produzir, Conservar e Incluir) firmaram um acordo que pretende expandir o Passaporte Verde, programa que monitora o rebanho bovino e bubalino de Mato Grosso, com foco na sustentabilidade e na rastreabilidade da produção.
A assinatura do termo de cooperação técnica ocorreu em Brasília (DF), durante o Seminário Pré-COP 30 Mato Grosso, para garantir a consolidação do modelo de pecuária sustentável do MT.
O evento teve a participação de parlamentares estaduais e representantes das embaixadas da Alemanha, Reino Unido e Noruega. O seminário uniu poder público, setor produtivo e parceiros internacionais, com a meta de tornar a carne mato-grossense cada vez mais competitiva e com maior responsabilidade ambiental.
Segundo o presidente do Imac, Caio Penido, a parceria com o PCI representa um avanço importante no processo de valorização da pecuária local.
“Mato Grosso é hoje o estado que mais cresce na adoção de práticas sustentáveis na agropecuária e o Passaporte Verde é um passo decisivo para mostrar isso ao mundo. PCI tem total sinergia com esse propósito, e por isso essa cooperação é muito estratégica para ampliar o impacto positivo da pecuária mato-grossense”, afirmou.
O Passaporte Verde tem como base critérios de conformidade ambiental, social e produtiva, como a ausência de desmatamento ilegal após 2008, o respeito a áreas protegidas e o monitoramento total do rebanho. A proposta é trazer reconhecimento para a carne mato-grossense nos mercados internacionais pela rastreabilidade e pela responsabilidade socioambiental.
A secretária estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, ressaltou que o avanço do programa reforça o protagonismo de Mato Grosso na agenda de sustentabilidade e inovação no campo.
“Esse é mais um exemplo de que o diálogo, a união de esforços e a somatória de estratégias públicas e privadas é o que efetivamente pode promover o desenvolvimento sustentável considerando produção, desenvolvimento econômico e conservação dos recursos naturais”, explica Mauren.
A iniciativa chega às vésperas do World Meat Congress (Congresso Mundial da Carne), que será realizado entre os dias 28 e 30 de outubro, em Cuiabá. O evento, sediado pelo Brasil pela primeira vez, vai reunir representantes de mais de 20 países e deve servir como vitrine internacional para o modelo de pecuária sustentável mato-grossense.
“Essa cooperação mostra que o setor produtivo brasileiro está disposto a liderar com responsabilidade. Vamos ao World Meat Congress com a mensagem de que o Brasil é parte da solução climática global, com uma pecuária cada vez mais eficiente, rastreável e sustentável”, reforçou o presidente do PCI.
O Passaporte Verde foi desenvolvido pelo Imac com base no Código Florestal Brasileiro e nas diretrizes do Ministério Público Federal, com participação de produtores, frigoríficos e instituições públicas e privadas. O programa traz uma nova lógica para o setor, orientando e incluindo o produtor rural na regularização ambiental.
Entre os benefícios estão o acesso facilitado ao crédito rural, o apoio técnico para adequação às normas ambientais e a abertura para novos mercados, inclusive no segmento de carbono. O modelo ainda possibilita o uso de ferramentas digitais para acompanhar os animais desde o nascimento até o abate, garantindo transparência e confiabilidade em todo o processo.
O passaporte também deixa o produtor irregular continuar no mercado formal até garantir sua regulação, processo baseado no compliance ambiental viabilizado pelo Prem (Programa de Reinserção e Monitoramento).
Além disso, promove o incentivo à recuperação de pastagens, aumento da produtividade, redução da idade de abate e melhoria da qualidade da carne, o que influencia o balanço de carbono do rebanho.
Com o avanço do projeto de lei que oficializa o programa na Assembleia Legislativa, o Passaporte Verde pode se tornar um divisor de águas na pecuária brasileira, juntando competitividade e responsabilidade ambiental na mesma proposta.