Presidente da Câmara diz que vereador preso será cassado: “Não ficará impune”

O presidente da Câmara de Canarana (a 838 km de Cuiabá), vereador Jocasta Porto (MDB), anunciou que o Legislativo municipal já instaurou uma comissão processante para pedir a cassação do mandato de Thiago Bittencourt Ianhes Barbosa (PL), preso no sábado (31) por estupro de vulnerável e posse de imagens de abuso e exploração sexual infantil.

Durante pronunciamento nesta quarta-feira (4), Jocasta foi enfático ao afirmar que a Casa não permitirá impunidade e que a decisão é unânime entre os parlamentares.

“Em caso como esse, o vereador não vai ficar impune. Devemos obrigação à sociedade canaranense, ao povo mato-grossense e também às mídias nacionais. A decisão é unânime: o pedido de cassação será feito”, afirmou.

“Com certeza, a comissão montada por esta Casa pedirá a cassação do vereador Tiago Bittencourt”, completou.

Tiago, que também é médico, foi preso no último sábado (31) durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua casa e consultórios onde atendia.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Flávio Leonardo, foram encontradas imagens de abuso sexual infantil, parte delas produzidas e compartilhadas pelo próprio investigado, além de roupas infantis e itens sexuais.

“As investigações apontam que o suspeito usava a profissão para se aproximar de vítimas vulneráveis. Ele mantinha um relacionamento com uma adolescente, que era submetida à escravidão sexual, e há indícios de que essa adolescente era usada para abusar sexualmente de uma criança de dois anos de idade”, afirmou o delegado.

Após a prisão, outra vítima foi identificada: uma adolescente de 15 anos que relatou à polícia ter sido assediada por Thiago desde os 12 anos. Ao menos 8 vítimas já foram identificadas.

No domingo (2), a Justiça converteu o flagrante em prisão preventiva. No mesmo dia, o Partido Liberal (PL) determinou o afastamento do parlamentar e, em nota, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informou que instaurou uma sindicância para apurar a conduta ética do médico.

A Prefeitura de Canarana lamentou o ocorrido e disse colaborar com as investigações. A Câmara, por sua vez, declarou publicamente repúdio aos crimes atribuídos ao vereador e confirmou que ele está afastado dos trabalhos legislativos.