Seja Bem Vindo - 20/10/2025 19:50

Produção de grãos de MS enfrenta falta de armazenagem

A alta na produção de grãos como milho e soja em Mato Grosso do Sul trouxe um déficit de armazenagem superior a 11 milhões de toneladas, segundo estudo técnico da Aprosoja/MS.

Aumento na produção de grãos eleva déficit de armazenagem em Mato Grosso do Sul.(Foto: Chico Gomes)

O estado possui capacidade para armazenar 16,4 milhões de toneladas, mas precisa de estrutura para cerca de 27,5 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).

Com a falta de espaço, há uma diferença de 67,8%, o que obriga produtores a venderem a safra logo após a colheita, impedindo o melhor aproveitamento dos preços de mercado.

A capacidade de armazenagem teve um crescimento de 82% entre 2014 e 2025, passando de 9,01 milhões para 16,39 milhões de toneladas. Porém, no mesmo período, a produção também avançou, saltando de 17,23 milhões para 29,11 milhões de toneladas.

Para Jaime Verruck, secretário da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação), os números refletem oportunidades de investimento para produtores, indústrias e cooperativas.

“O Governo de Mato Grosso do Sul tem direcionado esforços para estimular a armazenagem em propriedades rurais, especialmente por meio de linhas de crédito como as do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste). O FCO se mostra vantajoso por oferecer prazos mais longos e taxas de juros competitivas, aspectos cruciais para o financiamento de projetos de armazenagem”, afirmou Verruck.

O levantamento da Aprosoja mostra que, dos 78 municípios analisados, 73 apresentaram déficit de armazenagem. Dourados foi um dos poucos que registraram superávit, com capacidade de 2,35 milhões de toneladas. Já Maracaju, município que lidera a produção de grãos no MS, teve déficit de 1,32 milhão de toneladas.

Apenas cinco municípios concentram 49% da capacidade total de armazenagem, mas respondem por 38% da produção estadual.

A tendência da produção agrícola em Mato Grosso do Sul é continuar crescendo, mas, sem novos investimentos, a falta de armazenagem pode piorar, elevando os custos logísticos, o risco de perdas pós-colheita e a pressão sobre o escoamento da produção.

Segundo a Semadesc, a distribuição desigual dos armazéns e a dependência das rodovias, principalmente da BR-163, criam gargalos logísticos e encarecem o transporte.

“A questão da armazenagem está intrinsecamente ligada à logística. A ausência de capacidade adequada impede o produtor de obter preços mais vantajosos. Ampliar a capacidade de armazenagem nas propriedades rurais é o principal desafio. A falta de espaço força o produtor a vender rapidamente, muitas vezes a preços menos favoráveis”, explicou o secretário Jaime Verruck.

Mesmo com o déficit, o estado promove ações para ampliar a infraestrutura de armazenagem e reduzir a dependência de estruturas centralizadas.

“Projetos como a reativação da malha ferroviária, o uso da hidrovia do Rio Paraguai e a implementação da Rota Bioceânica são estratégicos para diversificar os modais e ampliar a competitividade do estado nesse quesito”, completou Verruck.

A diversificação da base produtiva também foi abordada pela Semadesc. Em Mato Grosso do Sul, há necessidade de expandir a capacidade de armazenagem segregada para diferentes culturas, além da soja e do milho.

“É imperativo ampliar a infraestrutura para atender à crescente diversificação das culturas. A falta de locais adequados, somada à utilização dos mesmos armazéns para diferentes grãos, limita o escoamento da produção”, concluiu Verruck.

A safra de soja 2025/2026 tem a previsão de ser 5,9% maior em relação ao ciclo passado, de acordo com o SIGA/MS.

Com o avanço da produção, a melhoria da capacidade de armazenagem é essencial para manter o ritmo do crescimento e evitar perdas econômicas e estruturais no campo.

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